sábado, 22 de novembro de 2014

De volta ao planeta (dos macacos?)

Bem, cá estou eu de volta ao blog, meu terceiro cantinho preferido do mundo (quem conhece os outros dois sabe que a concorrência é desleal, kkkk), mas que eu abandonei nos últimos tempos, exatamente pelo motivo que me fez vir ao blog hoje; eu estava ali, vivendo!

Incrível né? kkk Que em tempos modernos eu esteja fazendo isto, viver, sem ter que publicar no Instagram, no face, no blog, no Twitter, sem comentar no whatsapp! Incrível, e talvez muita gente nem se lembre, mas existe um mundo, físico e real ai bem pertinho de você, basta desviarmos os olhos destas maravilhosas telinhas e ele estará ali, em Full HD, touch screen e tudo o mais!

Brincadeiras à parte, meus amigos, mas o que me trouxe ao blog hoje foi a desintoxicação, mas percebi no momento em que sentei para escrever que tinha abandonado o blog em um dos momentos mais intensos da minha vida, pq estava ocupada. Tudo bem que aqui é meu cantinho, onde reflito e desabafo, mas estive trabalhando tanto nesta empreitada de tentar ser cada vez melhor e mais feliz, que não sobrou muito tempo. Mas a Cinthia que vocês conhecem, reflexiva e reclamona, está aqui, como sempre foi, colorindo o mundo e tentando melhorar a si mesma. Neste momento, num novo projeto, chamado UMA SEMANA SEM.

Bem, vou contar um pouco de como eu desenvolvi a Teoria do Cada Vez Menos, tendo certeza que estarei empobrencendo este tema lindo com a minha empolgação do momento, mas que um dia volto para falar das duas teorias que regem a minha vida e que baseiam bastante do que sou.

Há alguns anos atrás, fui fazer uma aula de Yoga, que rolava logo depois de uma aula de circuito que eu ministrava. Perguntei a professora para que servia o Yoga, o que ele fazia, e etc. Ela passou vários minutos explicando, mas o ponto alto para mim foi quando ela disse que o Yoga que ela faria ali, um pouco mais voltado para atividade física, visava preparar o corpo para que ele não atrapalhasse você a entrar no estado de meditação, ou seja, te desconcentrasse com incômodos e dores enquanto você esvaziava sua mente. Cara! Para tudo! Isto me conquistou absurdamente. Eu sempre tinha visto o corpo como ferramenta, mas a partir daquele dia eu percebi o quanto o meu corpo era um possibilitador pra mim, que ele precisava estar forte e saudável não só para que me possibilitasse fazer todas as coisas, mas simplesmente para que ele não me impedisse de fazer estas coisas. Sei que muitos vão dizer que dá no mesmo, mas não, não dá. Ausência de problemas, ausência de dor e ausência de impedimentos. Este foi o ponto chave.

Algum tempo depois eu li Schopenhauer e ele maravilhosamente bem descreve a felicidade como uma ausência de dor. Sem picos, sem grandes alegrias, sem grandes tristezas. Uma neutralidade-positiva, uma felicidade em linha reta, uma paz. Mais uma vez veio a vida me mostrar que SEM e MENOS, poderia ser muito mais.

Bem, muitas experiências foram vividas a partir daí. Eu conversei com muita gente interessante, e fui descobrindo que as mais apaixonantes eram pessoas muito simples, que viam a vida de forma descomplicada. Eu fui percebendo que as minhas maiores alegrias me custavam muito pouco (e não estou falando só de dinheiro, também falo aqui de tempo, esforço e energia). E comecei a praticar um esporte lindo, a corrida, no qual você só precisa de um par de tênis (e muita gente corre sem!) e vontade, ou seja, quase "nada". Eu descobri que aqui e ali, o que nos torna mais satisfeitos e mais contentes tem muito mais a ver com necessidades diminuídas e muito menos do que com conquistas exacerbadas.

E foi assim, que há alguns meses atrás eu criei o projeto #umasemanasem com base na Teoria do Cada Vez Menos, onde me propus a ficar cada semana sem algo comum da minha vida, para garantir que a minha felicidade a nada esteja condicionada e que ela seja pura e sempre simples. O projeto não visa o sofrimento, a punição, mas usa a abstinência para o auto-controle e para que possamos nos conhecer cada vez mais e nos livrar dos vícios e manias, que nos tornam tão dependentes.

Eu comecei com coisas fáceis, usei itens relacionados ao dia a dia, aproveitei para entrar na linha da dieta e me descobri com propostas engraçadas e inusitadas. Muita gente não compreende, e nesta semana, onde foi a mais difícil até agora, eu só tenho uma coisa pra dizer: não entende, respeite. E se não puder respeitar, acho que não há muito espaço para você na minha vida. Não costumo ser radical, mas nesta semana sem celular eu descobri coisas maravilhosas e não quero perder tempo com gente que não está aberta. Eu quero gastar meu tempo aprendendo, ouvindo, explorando. Eu não nasci para ser espectadora. Eu quero criar, quero viver. E nesta telinha eu tenho perdido muito de mim, me doando para pessoas que não merecem e não valorizam e sinceramente, não quero mais! Ou soma ou some, como dizem por aí.

E sim, foi uma semana de isolamento proposital. Punk! Eu sou um ser muuuuuuuito sociável! Eu falo pelos cotovelos, pelos dedinhos, pelos pés! kkk E falei muito pouco nestes dias, chorei, li um bocado e estou louca para ligar meu celular novamente. Mas aprendi grandes lições e não me arrependo nem um pouco de ter me proposto isto. Claro que vou voltar a ter celular, claro que não é meu objetivo ficar sem. Mas aconselho você, caro leitor, a se jogar em situações diferentes, experiências novas e propostas e projetos estranhos. Sabe pq? Descobrir-se é um prazer inenarrável. E me descobrindo, com este projeto ou sem ele, só confirmo uma coisa: cada vez menos para ser cada vez mais!