sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Disappointment

Os últimos posts não eram exatamente meus. Ou melhor, eram meus, de outrora. Textos arquivados de quando a mente está cheia de idéias. E pra ser sincera, faz um tempão que eu não consigo redigir algo que preste. Faz um tempão que eu não tenho tempo pra mim. Tempo para não fazer nada, tempo para devorar meus livros dissertativos ou romances. Eu abri mão daquela sonequinha vespertina que eu adoro, pra ver se consigo sair do lugar.

Mas o que mais me angustia e o que acaba limitando a minha vontade de escrever sempre é o mesmo motivo; minha desilusão para comigo mesma.

Na verdade eu me impressiono com a minha incompetência.

Me impressiono de não ser capaz de seguir um regime, de não conseguir juntar dinheiro, de não ter ânimo para estudar, correr ou treinar mais pesado. Me impressiono com a minha indisciplina e com a minha falta de esforço. Eu gostaria que milhares de coisas acontecessem, mas geralmente não faço nada por isso. E depois choro. E como. E faço tudo ficar ainda pior.

Eu sei que isto deveria me dar tamanha raiva a ponto de eu dar a volta por cima e resolver tudo. Mas não dá... Dá uma vontade de dormir e se esconder. Dá vontade de desistir.

Dá vontade, mas é preciso muita coragem para desistir, e como eu já disse, eu não sou tão corajosa.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pinóquia

Eu já contei muitas, mas muitas mentiras na vida e acho que até desenvolvi um lado meio atriz.

Já precisei mentir igual todo mundo em trabalhos de escola, em sonecas extras mascaradas por atrasos de trânsito ou por vergonha. Mas foi por causa da minha mãe que eu me aperfeiçoei nesta arte.

Ela tentou me prender muito na adolescência. Que foi em vão é quase desnecessáro dizer. E para escapar das algemas da Bolinha eu mentir sobre as coisas mais diversas. Colegas de classe passaram a ser as melhores amigas inventadas e as casas delas as que eu mais frequentei na vida. Trabalhos de escola simples se tornaram absurdamente complexos e os ônibus tiveram uma fase terrível, em que só quebravam ou estavam em greve.

As faltas na escola eram contabilizadas com esmero, para jamais, em hipótese alguma, ultrapassarem os 25% permitidos e assim, cartinhas de aviso passarem a ser enviadas ao lar doce lar.

Depois de adulta eu menti para alguns namorados e também para alguns amigos. Algumas vezes para enganá-los e em outras para protegê-los. Mas pra quem eu mais menti nos últimos tempos foram para os meus chefes! E geralmente, por mais estranho que possa parecer, para trabalhar.

Eu já falei sobre esta temática em um post lá atrás, mas é muito tentador em alguns casos. As vezes pegar dois trabalhos no mesmo dia, as vezes batalhar um cachê melhor, as vezes ludibriar um entrevistador para conseguir o emprego que você quer ou muitas vezes para se safar de uma responsabilidade.

Eu não gosto de mentir. Mas não gosto meeeeesmo!
Eu fico muito mal antes; sinto uma espécie de culpa misturada com ansiedade, minha frequência cardíaca vai nas alturas e eu fico horas com nós na garganta.

Mas eu tenho um outro olhar que não o condenador a respeito dos mentirosos... Em geral as pessoas não estão preparadas ou não querem ouvir a verdade, e simplesmente nos obrigam a mentir!

Se fossemos todos mais tolerantes certamente o percentual de mentiras iria diminuir substancialmente. Pq é muito confortável falar a verdade. Só que diante de tantos bloqueios e inquisições, uma mentirinha de vez em quando acaba caindo bem e sendo a melhor saída... =)

E aí, será que meu nariz cresce ou não cresce?!

domingo, 12 de setembro de 2010

Da quadra à biblioteca

Um grande problema da minha área profissional tem raiz nos próprios profissionais. Primeiro pq a área foi consagrada como um setor de gente burra, que só sabe cuidar do corpo e não sabe pensar. E segundo pelo imenso descompromisso de quem trabalha com Educação Física. Acho que no final das contas a minha divisão não foi muito útil, pq no fundo o problema que eu vou abordar neste post vai permear os dois campos.

Pra ser sincera, o ponto, na minha singela opinião, é que quem trabalha com Educação Física geralmente é muito bitolado. Sério! Você pensa que os computeros ou os matemáticos são bitolados? Converse com um professor de musculação qualquer. Ele só pensa nisso. Só fala disso!

Para estas pessoas (óbvio que eu estou falando em linhas gerais, até pq eu não me considero uma bitolada mesmo sendo uma "fitness" e fico feliz em saber que existem mais exemplares de pessoas assim como eu) nada importa mais do que um corpo bonito, musculos torneados e o peso que você levanta para conseguir chegar até lá. Eu disse nada mais? Mentira! Importa também a dieta que você faz, as bombas que você toma e o quanto você é capaz de se mostrar por isso.

Sabe, eu adoro a minha área. Não importa se por estética, por saúde, lazer ou por achar os assuntos biológicos e pedagógicos interessantíssimos. O que importa é que eu não posso me limitar. O mundo tem muitas coisas interessantes para que eu fique acreditando que só o movimentar do corpo é que importa ou tem sentido. Olha quantas profissões maravilhosas existem por aí? Olha que interessantes são as atividades dos que te cercam? Você não tem o mínimo de vontade de ir ser médico, ou engenheiro, ou assistente social?

Eu acho que quem não tem nem um pedacinho desta vontade é alguém que simplesmente não é capaz de enxergar o quão incrível este mundo é e o quanto as outras áreas do conhecimento são igualmente interessantes do que a que você escolheu para viver.

domingo, 5 de setembro de 2010

Bom Gosto

Uma coisa é certa; bom gosto não se compra. Já vi muita gente rica, mas rica de verdade, usar peças que não tem nada a ver, seja no guarda-roupa ou na decoração.

Eu confesso que a minha tendência *basic wear* está intimamente relacionada a minha falta de ousadia ou segurança (como você preferir) e também a minha falta de dinheiro, queche, bufunfa ou qualquer outro apelido carinhoso que você queira dar para aquilo que (infelizmente) move o mundo.

Digo isso porque sempre escolho peças básicas para vestir e cores clássicas como preto ou branco. Pq uma roupa ousada marca na memória das pessoas e geralmente não combina com mais nada do seu guarda-roupa. Já a regata branca...rs

Além disso tem aquele problema inciial do tale do bom gosto. E eu tenho lá minhas dúvidas também quanto ao meu.

Mas a coisa muda de figura quanto o assunto é decoração. Tudo bem que eu gosto de objetos, cores e texturas mais clássicas, mas decoração não é como a sua roupa, que você muda todos os dias; e definitivamente, a sua casa precisa ter a sua cara, e de mais ninguém.

Comecei o post falando que bom gosto não se compra, e reafirmo, não se compra mesmo! Conheço pessoas que tem casas lindas, imensas, mas que não tem proporção alguma de espaço ou noções básicas de ambientação. Um sofá ou estante que não cabe ou some no ambiente, por mais bonito que seja, vai definhar o look. Assim como um batom que não orna com o make pode destruir a sua reputação, minha cara.

E sabe, eu não sou nenhuma especialista, mas acho que esta tendência minimalista vai estar ao meu favor, tanto na hora de decorar a minha casa em roxo e branco, quanto para decorar a minha academia em azul e amarelo! ;]

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Paupérrima

Tô sumida. Pq?
Ando preocupada... O assunto? Dinheiro.
Conta negativa? Não; visão de sonho quase impossível.

Bem, este post demorou para sair pq muitas idéias a respeito de focar ou desfocar na vida ainda estão sendo construídas, assim como um post paralelo sobre o tema. O que isto tem a ver com a minha falta de dindin? Bem, tem tudo a ver.

Mas a minha pergunta de hoje é; você já se deu conta do quanto aquela expressão "o sonho da casa própria " é verdadeira? Você já fez umas contas para imaginar quanto tempo esta realização irá te tomar? Você já notou o quanto é DIFÍCIL (para não te desanimar dizendo que beira o impossível) comprar uma casa? Pq se você não considera difícil meu bem, vou te dizer que das duas uma; ou você é realmente uma pessoa de sorte que sentou ou está sentado na bufunfa, ou você ainda não se deu conta. E se for este o caso, eu te compreendo. Também é novidade pra mim.

Pq eu passei anos e anos fraudando a matemática da vida. Desde criança fiz planos me preocupando ávidamente com a ordem cronológica dos fatos; em dois mil e tralalá irei casar e 2 anos depois terei filhos e assim por diante. Bem, eu nunca me preocupei com o financiamento de tudo isso. Eu achava que simplesmente aconteceria. Doce ilusão.

Apesar de todas as brincadeiras a cerca de um marido rico (que agora está fora de cogitação, a não ser que o futuro marido escolhido enriqueça nos próximos anos), eu aprendi desde muito cedo o valor do trabalho. Sempre soube que eu é que deveria financiar meus sonhos e me sustentar. Eu tive um bom exemplo; uma mãe solteira que tem dois filhos crescidos, integros e formados, e que ultrapassou inúmeros obstáculos com o suor de seu próprio trabalho.

Diante destas circunstâncias eu já sabia que teria que por a mão na massa e que a vida de dondoca definitivamente não era destinada a mim. Mas o que eu realmente não sabia é que ter um bom apartamento e viajar com a família nas férias pode ser uma missão quase impossível e que torná-la viável exige muito mais do que eu achei que fosse necessário.

Pq ganhar dinheiro não é uma coisa que simplesmente acontece quando você trabalha. A vida custa muito caro e geralmente o salário é muito pequeno. E eu não quero me conformar com este monte de coisas ruins que vivemos; morar longe, não ter tempo para família e amigos, se alimentar mal, estar tão cansado a ponto de não ter energia para fazer qualquer atividade física... Não gente! NÃO É NORMAL! E é por isso que eu estou tão triste e preocupada. Pq eu não me importava com isso e agora... bem, agora eu choro diante da minha impossibilidade de comprar uma casa.

Ontem um amigo me perguntou quanto eu acho que seria suficiente ganhar para ficar satisfeita e resolver toda esta questão, o que me fez lembrar de quando eu era adolescente e achava que ganhar 2 mil reais resolveria todos os problemas do mundo. Será que com 10 mil por mês eu realizaria meus sonhos e conseguiria ter a casa e a família que eu sempre sonhei? Bem, talvez, mas estes 10 mil estão tão distantes da minha conta quanto a lua.

Sinceramente, toda esta história me dá vontade de diminuir de tamanho e me tornar uma Barbie, só para morar na casinha que eu já tenho aqui... ou quem sabe, num trailler!