segunda-feira, 17 de março de 2008

Por culpa das prioridades....

Eu não sei vocês, mas eu sempre fui uma pessoa indecisa. Talvez seja culpa do meu ascendente em gêmeos, talvez seja culpa dos meus múltiplos desejos ou ainda da minha insaciável sede de vida, mas enfim, este post é sobre outra coisa.

Por ser assim, sempre foi muito difícil para mim escolher. E com a chegada da "fase adulta" (mesmo que eu me sinta cada dia mais criança) eu acabei desistindo disso e comecei a me especializar em outra forma de lidar com a vida; a conciliação.E a partir do momento em que eu me vi sendo capaz de conciliar coisas que mundo todo julgava impossível, achei realmente que esta era a chave do negócio e que eu seria feliz vivendo assim, e acabei ignorando um pouco aquela idéia popular de "a cada escolha, uma renúncia".

Eu consegui conciliar duas escolas e trabalho, pares e/ou trios de relacionamentos simultâneos (com grande dedicação e afetividade em todos eles), amigos com interesses e personalidades extremamente diferentes, e aquelas coisas que todo mundo hoje em dia tem que conciliar; cursos, dança, estudos, preguiças, baladas, descobertas, trabalhos e responsabilidades. E assim ia, tocando a vida e experimentando um pouco de tudo, pq no fundo, é isso o que eu mais gosto em viver.

Claro que funcionou por muito tempo, e ainda hoje, em alguns quesitos, funciona realmente bem. Mas é bem difícil mostrar isso pras pessoas. Todo mundo acha que você TÊM sempre que escolher. Aliás, se fosse só achar tudo bem, a obrigação da escolha é o meu maior incômodo.

Hoje eu me vejo em uma situação complicada, cercada de escolhas que eu não queria ter que fazer. E no fundo, eu acredito mesmo que dava pra fazer um pouco de tudo. Talvez eu não venha a ser uma grande especialista, até pq minha professora de filosofia suspeitava (com razão) das minhas tendências generalistas quando nem eu conseguia me perceber assim, no primeiro ano. E no fundo eu gosto destas minhas tendências. Gosto de pensar assim. Gosto do conforto de poder voltar atrás e me arrepender, gosto de poder mudar de idéia e gosto, principalmente, de experimentar o novo, todos os dias.

E agora? Onde é que eu enfio aquela tal prioridade? Eu queria poder abraçar o mundo e é muito difícil quando já se compreende que não possível fazê-lo de fato. E ainda mais quando entende-se que é necessário dar um passo de cada vez, escolhendo com cautela cada estrada ao longo do caminho. E talvez, o mais difícil de tudo seja aceitar que, às vezes, o ditado das renúncias pode estar realmente certo.

Vou finalizar com uma música especial, que vai ser a trilha sonora do Pas de Deux do Gerson e da Isa no Krew Show. Talvez pq exista algum desejo de mudar em mim. De mudar para melhor.

"Você atravessando aquela rua vestida de negro
E eu te esperando em frente a um certo Bar Leblon
Você se aproximando e eu morrendo de medo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
Quando eu atravessava aquela rua morria de medo
De ver o teu sorriso e começar um velho sonho bom
E o sonho, fatalmente, viraria pesadelo
Ali, bem mesmo em frente a um certo Bar Leblon
Vamos entrar
Não tenho tempo
O que é que houve?
O que é que há?
O que é que houve meu amor,
Você cortou os seus cabelos
Foi a tesoura do desejo
Desejo mesmo de mudar"

[>] - Tesoura do Desejo - Versão do Grande Encontro

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei desse texto... não lembro de ter lido... mas realmente as prioridades levam a reununciar outras coisas... e cada momento é um momento e nada como o tempo para saber se fez ou não as escolhas certas.
Só espero que não tenha se arrependido de nenhuma escolha erradd que tenha feito, apenas aprendido a lição. É errando que se acerta e acerta sua vida.
Beijos