terça-feira, 2 de novembro de 2010

Aos 18

Não lhe impressiona, querido leitor, o quanto mudamos ao longo do tempo? E mias, o quanto podemos demorar para notar estas mudanças? Neste feriado comentei com um amigo a respeito de uma mocinha que conheci há 5 anos atrás; e esta mocinha se chama Cinthia. Digo isto pq eu realmente não me sinto mais a mesma pessoa...

A velha Cinthia era mais gordinha, mas se preocupava bem menos com isto. E ela era conflito após conflito, dia após dia. Era instável, voluptosa e muito, mas muito insegura.

A nova Cinthia pratica esportes, é vaidosa, dança e sabe exatamente o que é capaz de divertí-la. Pode parecer bobo ou simples, mas a maior diferença entre elas é esta; a nova Cinthia gastou os últimos 5 anos com algo que muito julgam inútil: ela foi se conhecer. Obviamente não concluiu esta tarefa, mas finalmente compreendeu muitos de seus por quês e conseguiu harmonizar e unir muitas versões de Cinthia que formavam a antiga.

A velha Cinthia sonhava mais do que vivia e a nova, planeja mais do que sonha. Tem diferença pra você?

Eu deixei de ler apenas romances e me aproximei de livros com conhecimentos puros, que foram capaz de responder algumas das minhas tantas perguntas. Abandonei os cabelos volumosos e aderi aos lisos, que me deixam mais confortável diante do espelho. Desenvolvi inúmeras teorias. Passei a me preocupar com o bem estar de forma geral, me atendo a questões nutricionais, estéticas e holísticas. Eu tentei muito, mas muito mesmo ser uma pessoa mais paciente, embora ainda ache que não consegui. Eu percebi que se controlar não é uma coisa ruim e que ser equilibrado não significa ser um chato de galochas.

Eu continuei sendo absolutamente espontânea, mas de uma maneira mais consciente e permissiva. Não sei se assusto menos ou se agrado mais, mas percebi que pensar não é algo absolutamente bem recebido em nossa sociedade.

Nestes 5 anos eu senti mais vergonha do que em toda a minha vida. Vergonha por admitir coisas inadmissíveis, vergonha por desorganizar meu mundo para mudar o que eu era e principalmente vergonha do que eu tinha sido e feito neste tempo todo.

Não sei pra você, meu bem, se é difícil como pra mim se aceitar, de uma forma tão honesta. É provável que seja, e se você discorda, é bem possível qe ainda seja uma Cinthia aos 18 ou quem sabe, já se tornou uma Cinthia aos 30, que já tem outros conflitos dentro de si.

Este post é para você, Marck, que foi capaz de se apaixonar por aquela menina boba que eu era. E que foi capaz de despertar muitas destas evoluções que existiram em mim. Você também foi perfeitamente imperfeito e o seu espaço em minha memória e em meu coração é só seu.

Um comentário:

Mônica disse...

Ah, e a nova Cinthia usa bolsa e pinta as unhas rsrs.

Parabéns pelas evoluções minha amiga e obrigada por ser assim, do jeito que é.

Amo vc!! Beijos. Mônica!