Nem pra lá, nem pra cá

Eu vejo como, no mínimo, desconfortável esta idéia de viver em cima do muro. Seja no que for. Pq é verdade, existem várias vantagens... É um pouco como aproveitar o melhor de dois mundos, fugir das desvantagens e não ter que assumir nada. Mas, por outro lado, você não aproveita nada de verdade. Não chama nada de seu, e o pior de tudo; você não relaxa. Pq tem sempre que se preocupar com um dos lados.

Exemplo; ficar. Nem é namorar e nem é estar solteiro.
Lado bom: você não tem obrigação e geralmente tem companhia.
Lado ruim: existirão dias em que não vai rolar cafuné. Dias em que o telefone não irá tocar. Dias em que você vai simplesmente querer ter certeza, e para quem fica, a certeza não existe de fato.

O meu momento é de vida em cima do muro (não a respeito de relacionamento, pq neste caso, bah, rs, eu nem sei!). Eu não gosto. Não me sinto confortável. Eu ainda não resolvi (eu sei, tô nessa faz tempo...rs) se vale mais a pena ter tempo ou dinheiro. Profissão (de verdade) ou trabalho. Ideais ou materiais.

Nos últimos quatro anos eu venho conciliando minha profissão de educadora com os eventos. E não há como negar; foram os eventos que me sustentaram durante a graduação. Foram eles que pagaram minhas contas, que possibilitaram viagens e passeios, que financiaram as idas e vindas, que aliviaram tudo para que eu pudesse me formar tranqüilamente. Mas agora, já não dá mais para conciliar. A minha chefe se encheu e deu basta. E no fundo, eu sei que ela tem razão. Pq? Pq não dá para viver em cima do muro! Deste jeito ela não pode contar comigo. E eu, simplesmente não relaxo.

Fico no evento pensando na academia e na academia pensando no evento.
Se não vou pro evento penso nas contas (e no dinheiro que eu não tenho para pagá-las). E só de pensar em largar a academia, já fico com o coração partido (pq me sinto abandonando a minha carreira).

E é por isso que eu digo que quem não se decide não tem paz...
E eu, do fundo do coração, quero muito a minha tranqüilidade =)